domingo, 22 de junho de 2008

"Mil pétalas"

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Ah como eu queria ver
Você sorrindo em cada amanhecer da minha vida
Porque eu ainda quero crer
Que você é a razão dos meus dias

Quero pintar os seus lábios
Com as cores que o amor me deu
Quero ouvir que você me ama
E que ainda não esqueceu

Quero usar pra você pra decorar minha cama
Com as mil pétalas que seu jardim concedeu...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

"Precisando de paz"

Se lágrimas fossem gotas d'água
Meus olhos iriam dizer
que choraram rios demais
E esses rios lavaram minha alma
Sofri até onde fui capaz
Agora sou só o resto
de um homem cansado
De um coração frustado
Precisando de paz

"Em pedaços"

Estou tão insuportável
que nem eu mesmo me aguento
Estou em pedaços
Completando espaços
que não são meus
Tudo que eu tinha foi embora
Tudo que eu amava, se perdeu.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

"Adeus"

Adeus
mundo
c
r
u
e
l
Vou amarrar
uma pedra
no meu
p
é
E pular
no primeiro
r
i
o
que eu encontrar

Adeus
Vou conversar com
D
e
u
s
E me encontrar
Ou então tomar um trago
com o
d
i
a
b
o
E rir pra não chorar.

"O sacana"

Hoje eu vou chorar
E me afundar em lágrimas
Vou ver filmes românticos
No qual o bom mocinho
Foge com a empregada
Hoje eu vou chorar
Sem usar lencinho
E ombrinho pra me consolar
Hoje eu vou encher a cara
E evocar a minha tara
Que é te comer e depois não ligar
Hoje eu vou gritar
No meio da madrugada
Vou furar o pneu do seu carro
E comer sua namorada.

"O cara mais triste do mundo"

Imagine-se o cara mais triste do mundo
Criando uma data especial pra não se sentir solitário
Imagine-se o cara mais triste do mundo
Sentindo-se como o maior dos otários
Simplesmente porque estou sozinho
E detesto o dia dos namorados.

"Mal humorado"

Sou um cara bom
mas não tenho dom
Pra ser babá de adulto
Sou um cara legal
e não um lobo mau
que vive gritando insultos
Sou um cara sério
E muito sarcástico
Mas tenho um defeito
De ser como um elástico
Vou e volto em temperamentos
Às vezes sou muito legal
mas às vezes nem eu me aguento
E hoje estão tão mal humorado
Que meu poema não vai ter rima
No seu último verso
E foda-se!

"No meu funeral"

Às vezes me pergunto
Se no dia que eu for defunto
Alguém vai lembrar de mim
Às vezes eu passo mal
E fico achando que tá chegando
A hora do meu funeral
Não vai ter carnaval
Só água, pão com manteiga
E algumas lágrimas
Que rapidamente serão enxugadas
E por fim esquecidas.

"Más notícias"

É triste saber
que ninguém se importa com você
E não estou falando de pais ou parentes
Estou falando desse tanto de gente
Que passa do seu lado
E finge que não tem ninguém
Estou farto dessa falsidade
Que é apenas uma falsa verdade
E não tem nenhum conceito além.

"O fim da picada"

Minhas flores estão mortas
Minhas perguntas não tem resposta
Minhas lágrimas estão cansadas
Estão exaustas de lavarem meus olhos

Eu sou jovem e me sinto tão velho
Eu pareço uma palavra esquecida do Aurélio
Não tenho dinheiro, carro e namorada
E sinceramente acho tudo isso o fim da picada
Eu trabalho e não sou bem remunerado
Eu espero um ônibus que vem sempre lotado
Eu acordo cansado, chego em casa esgotado
Eu tenho preguiça de deixar tudo explicado
Eu sou um chato de galochas, de botas e sapato
Eu me preocupo demais com os outros
Eu amo demais e acho que ainda amo muito pouco
Eu me importo demais, mas sou indiferente
E não sou capaz de achar quem me complete
Eu sou um incompetente, um incrédulo carente
Contando os dias pra tudo isso acabar.

Eu amo meus pais, mas não aguento reclamação
Detesto pressão, lição de moral e vivo dizendo palavrão
Hoje eu ando a pé por causa de um ladrão
De um ladrão filho da puta que levou meu carro
Levou meu carro, meu som, meus óculos e cds
Hoje eu ando a pé revoltado
E ganho uma miséria pra ouvir aluno chato
Eu amo dar aulas, mas não aguento esperar
A merreca de uma salário que em pouco tempo vou gastar

Eu estou triste, estou chato e insuportável
Não aguento minha rotina e só quero ouvir bossa nova
Eu quero esquecer que hoje é dia dos namorados
Porque eu sou chato de galochas, meia, sandália e sapato.

"Sou"

Hoje eu me vi na cara de muita gente
Me vi em muitos lugares, me vi em pedaços
Me senti aos pares, vários vezes separado.
Porque eu acho que sou
A cara triste do palhaço
O leito derramado
O trabalhador injustiçado
Um monte de cacos de coisa nenhuma

Hoje eu me vi em várias atitudes
Me vi em muitos cantos e escudirões
Senti várias solidões na mesma pele
Porque eu acho que sou
A lágrima de quem sente fome
E a dor de quem tem saudade
Eu sou na verdade um sentimento sem nome

Eu nunca me senti tão triste
Eu nunca me senti tão desanimado.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

"O Ilusionista"

(Na imagem acima se vê uma rosa ou um casal se abraçando?)


"O Ilusionista"

Ele sempre quis saber que gosto ela tinha
E viveu mil utopias, transformando todo cinza em alguma cor
Enfeitou aquele jardim com tantas manias
Achando que defeitos pudessem virar flor

Ela sempre carregou consigo um pedaço dele pra saber
Que a vida tinha uma parte cheia de cheiro, sonho e poesia
Ela viveu numa trincheira pra poder ver
Até onde seu coração aliado aguentaria

São dois mundos em colisão; avenidas sem fim
que acharam um cruzamento em comum
São linhas dispersas, estrelas distantes
Que tiveram a sorte de serem um

Porque ele tem olhos de ilusionista
E a vista de um paraíso que nunca aconteceu
Porque ela quer casar
E usar o vestido que ela mesmo escolheu.

Tiveram a sorte de serem um.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

"Na sua presença"

Ao amanhecer, estenderei meus cartazes nas janelas
Só pra dizer pra ela que eu ainda a vejo passar
Vou pendurar lençóis brancos nos varais
Pra assegurar eventuais horas de amor que ela tenha pra doar
Ao entardecer, vou me perder no brilho daqueles olhos
Vou falar pra ela com todas as palavras que possuo
Que meu mundo é bem mais enfeitado com sua presença
Porque ela simplesmente não pede licença pra me decorar
E quando anoitecer, ela vai querer um céu belo e estrelado
Quiçá pudera eu estar do ladinho dela, talvez agarrado
Se protegendo de um eventual frio que venha passar
Mas pra falar a verdade, tudo que eu tenho é saudade
E um coração fatigado, louco pra se fazer notar.